"O Baile dos Deuses" de Nora Roberts [OPINIÃO]

Edição/reimpressão: 2012

Páginas: 304

Editor: Edições Chá das Cinco

ISBN: 9789897100321

Sinopse:

"Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo., Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo...

Tendo crescido numa família de caçadores de demónios, Blair Murphy tem os seus próprios demónios pessoas com que lidar - o pai treinou-a, mas depois abandonou-a, e o noivo afastou-se após descobrir a sua verdadeira identidade.

Agora vê-se na posição de treinar um feiticeiro da Irlanda do século XII, uma bruxa de Nova Iorque, um erudito e um metamorfo da terra mítica de Geall. Para piorar as coisas, tem que se controlar para não ir à caça do sexto membro do círculo, um vampiro criado por Lilith, a rainha dos vampiros que têm de derrotar.

Não sendo mulher para fugir a uma boa luta, Blair encontra um desafio à sua altura no bonito e galante Larkin, o metamorfo.

Mas um desafio ainda maior serão os confrontos com seguidores de Lilith que irão testá-la até ao limite. conseguirá Blair manter-se viva tempo suficiente para derrotar o exército de Lilith? Ou irá ceder à única coisa que jurou nunca mais voltar na sentir?

Opinião:



"O Baile dos Deuses" é o segundo volume da Trilogia do Círculo de Nora Roberts.
Tal como no livro introdutório, a estória gira em volta de uma casal de protagonistas, desta feita são o metamorfo da realeza de Geall, Larkin, e a descendente de Cian e Hoyt, Blair, uma caçadora de vampiros.. uma estória marcada como desastrosa desde o início, mas não menos encantadora!
Este livro divide-se por dois locais: inicialmente na Irlanda actual, e posteriormente em Gaell de Moira e Larkin, onde o círculo dos nossos seis heróis se dirige para derrotar a maléfica vampira Lilith.
Tal como em "A Cruz de Morrigan" o início desta leitura foi difícil e pouco interessante. As primeiras 80 páginas são em torno de pensamentos e sentimentos, não desenvolvendo a acção, nem trazendo nada de novo.. e com uma trama estagnada, a leitura segue o mesmo rumo. Mas, passadas essas páginas iniciais (que vendo bem, não são tão poucas quanto isso!), a acção sofre um "boom", e passei a lê-lo com rapidez e fluidez.
Penso que Nora Roberts é uma romancista pura, e que este desvio pela fantasia torna-se difícil de manter, pois a autora não consegue combater o seu lado emocional. 
A acção é limitada, e pouco elaborada.. Gostaria que a autora explora-se mais e melhor as lendas irlandesas, trazendo mais misticismo e mitologia à estória.
Por outro lado, a parte emocional da obra é bastante desenvolvida e relevante. Embora nada de novo (confesso que tenho a teoria que Nora Roberts usa a mesma "fórmula" em todos os romances), a química entre o casal principal, e mesmo entre os secundários, é palpável e "bonita de ver".
Blair é uma mulher forte no exterior, mas quebrável no interior, e será Larkin a pegar em todos os pedacinhos quebrados e colá-los de volta.
Admito que Cian e Moira são o casal que mais entusiasmo e curiosidade me suscita, mas Blair e Larkin são proporcionalmente encantadores.
Congratulo a autora pela transformação de Moira, passando da mais fraca e susceptível do grupo, a uma futura rainha com garra e determinação!
No início da trama deparei-me com sentimentos contraditórios no que respeita a Larkin, pois no primeiro volume este parecia-me imaturo e demasiado jovem para se demonstrar o homem que é neste segundo livro.
Ultrapassando as dificuldades iniciais, "O Baile Dos Deuses" é uma leitura agradável e rápida, com muito romance à mistura e uma pequena dose de acção.
Poderá não ser do agrado de todos os fãs da autora, mas deixou-me a querer mais e mais!
Espero que a tradução do terceiro e derradeiro livro final da trilogia não se demore!