terça-feira, 5 de março de 2013

"Cidades de Papel" de John Green [OPINIÃO]


Título Original: Paper Towns
Tradução: António Carlos Andrade
Colecção: Noites Claras Nº 16
ISBN: 9789722349963




Sinopse:

Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman são vizinhos e amigos de infância, mas há vários anos que não convivem de perto. Agora que se reencontraram, as velhas cumplicidades são reavivadas, e Margot consegue convencer Quentin a segui-la num engenhoso esquema de vingança. Mas Margot, sempre misteriosa, desaparece inesperadamente, deixando a Quentin uma série de elaboradas pistas que ele terá de descodificar se quiser alguma vez voltar a vê-la. Mas quanto mais perto Quentin está de a encontrar, mais se apercebe de que desconhece quem é verdadeiramente a enigmática Margot. Um romance entusiasmante, sobre a liberdade, o amor e o fim da adolescência.

Opinião:

"Cidades de Papel" é o terceiro livro de John Green editado em Portugal, e o primeiro que nos chega pela Editorial Presença.
Este romance do autor é dedicado a um público juvenil/jovem-adulto, encarando temas como o fim da adolescência, o amor, a liberdade e a amizade incondicional.
Como protagonista temos Quentin Jacobsen, cuja transição entre a idade adolescente para a adulta é feita em torno de uma rapariga, Margo Roth Spiegelman, sua vizinha e melhor amiga nos tempos de criança, e sua paixão à distância na adolescência.
Mas, Margo não é uma rapariga qualquer. Margo é um espírito que anseia pela sua liberdade, um passarinho que pretende aprender a voar. Margo é irreverente, popular, apaziguadora, inteligente, perfeita... perfeita como todos a querem, mas na realidade ninguém conhece realmente Margo, até mesmo Quentin! Com o desaparecimento da jovem, Quentin descobre quem realmente é Margo, e mesmo desanimado pelas vicissitudes da vida e das pistas infindáveis e sem lógica da sua apaixonada, não desiste da busca, da busca pela sua Margo.
No processo, Quentin sofre várias transformações:
Numa primeira parte, o jovem é reservado, um dos alvos dos bullys da escola, preferindo os seus dois amigos Ben e Radar e um bom jogo de consola. Preocupado com a sua entrada em Duke, vê-se arrastado para uma última aventura com a Margo, e apesar das suas reservas, acaba por ceder-lhe, transformando-se num Quentin mais "vivaço", ilimitado e aventureiro.
Numa segunda fase do livro, Quentin espera e desespera por Margo, tendo altos e baixos em níveis de esperança. Não desistindo da sua demanda, estabelece prioridades, prioridades essas que porão em causa as suas amizades com Ben e Radar.
Na última e terceira fase, Quentin está perdido. Obcecado com a ideia de encontrar Margo, o jovem vive apenas para isso, até que, num último acto de desespero parte em busca de Margo, e, surpreendentemente, é seguidos pelos seus leais amigos, dando-lhe uma lição sobre amizade verdadeira, e em como, a amizade não é só os pontos que temos em comum, mas também as diferenças que nos tornam insólitos, cabendo a nós, aceitar os nossos amigos, mesmo quando estes não são perfeitos.
Margo, apesar de ser a musa de Quentin e de se encontrar ausente na maior parte do livro, é a chave para a libertação do jovem, que vê-se a desabrochar quando pretere o amor em favor da razão e da felicidade das duas partes envolvidas, demonstrando, na fase final, que toda a jornada que vivera deitou frutos, tornado Quentin num adulto seguro, responsável e altruísta.
"Cidades de Papel" é onde ninguém habita, se não as pessoas de papel, cujos fios que os mantêm de pé, acabam por se partir... os de Margo partiram, e coube a Quentin voltar a colá-los.
Mais uma vez John Green conseguiu surpreender-me com a grandeza da sua escrita.
Com muito humor e aventura, aliando a uma leitura rápida e voraz, Green leva-nos da euforia à profunda tristeza, terminando o livro, com um consolo desconsolado (só quem leu o livro, poderá perceber esta minha expressão).
"Cidades de Papel" é aquele romance que todos os jovens deveriam ler, e que, tal como em mim, também neles deixará a sua marca... afinal, todos temos fios... uns são balões que se mantêm no solo, outros, cujos fios quebram, voam para longe....

Mais info em presenca.pt


3 comentários:

  1. Ainda tenho este para ler e até tenho medo pelas expectativas que já estão demasiado altas :P

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    Respostas
    1. Acho que vais gostar Liliana!
      Não é tão intenso quanto os anteriores, mas não deixa de ser uma obra do grande mestre ;)

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  2. Gosto muito desse livro. Deu pra rir bastante (a Margo e o Ben são muito cômicos) e adorei as pitadas de mistério dele... ♥

    Bjs,
    Raquel
    www.pipocamusical.com.br

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