Ficha Técnica:
Autor: Ana Lopes
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 322
Data de publicação: Julho de 2011
Género: Romance
Preço: 12,00 €
ISBN: 978-989-6971-60-1
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 322
Data de publicação: Julho de 2011
Género: Romance
Preço: 12,00 €
ISBN: 978-989-6971-60-1
Sinopse:
Victória Cruz tinha um desejo: conhecer os elementos da banda que sempre protagonizaram os seus sonhos. E um dia, na mítica cidade de Lisboa, esse sonho é tornado realidade.
Terá o amor a força suficiente para alterar o modo de pensar de alguém? Quando uma pessoa se considera a si própria inimiga número um desse sentimento, poderá mudar de ideias? E o que fazer quando uma inóspita encruzilhada se cria à nossa frente? Ou quando alguém se torna a apoteose do nosso mundo? A frase imperativa aparece, pairando sobre a negrito, sobre o cérebro, toldando todos os restantes pensamentos: Alguma vez desististe de tudo para correres atrás de um grande amor?
Terá o amor a força suficiente para alterar o modo de pensar de alguém? Quando uma pessoa se considera a si própria inimiga número um desse sentimento, poderá mudar de ideias? E o que fazer quando uma inóspita encruzilhada se cria à nossa frente? Ou quando alguém se torna a apoteose do nosso mundo? A frase imperativa aparece, pairando sobre a negrito, sobre o cérebro, toldando todos os restantes pensamentos: Alguma vez desististe de tudo para correres atrás de um grande amor?
Opinião
«Por um Momento» é o primeiro
romance da jovem autora Ana Lopes, publicado em 2011 pela Chiado Editora.
Admito que no início tive algumas dificuldades em lê-lo, por variadas razões. O
livro tem alguns problemas, nomeadamente a linguagem excessivamente poética e
frases demasiado longas que me fizeram perder ao longo da história e ser
obrigada a voltar atrás. A história em si não me cativou, nem acreditei nela, e
a forma como está contada, na primeira pessoa, pela personagem principal,
Victória Cruz, torna as coisas um pouco maçadoras.
Victória Cruz é uma jovem de 18
anos cujo sonho é conhecer os membros de uma banda famosa dos Estados Unidos. E
quando o encontro acontece finalmente, ela apaixona-se loucamente por um dos
membros da banda, Seth, e a paixão é recíproca, tudo num simples abraço e numa
frase que Victória lhe sussurra ao ouvido. Achei todo esse amor muito rápido e
sem muito sentido, até porque eles se separam sem nunca ter acontecido nada, e a
verdade é que os meses e as páginas seguintes são passados com Victória a
delirar completamente por ele. Os pensamentos são extremamente repetitivos e
vão quase até meio do livro, o que foi aborrecido e exagerado. Victória Cruz
não pensa em mais nada: nem na faculdade, nem nos amigos, nem em outra coisa
qualquer que goste de fazer. A autora levou esta obsessão ao limite, até que um
novo encontro acontece e o amor toma forma. Não vi qualquer afinidade entre a
Victória e o Seth, pelo contrário, vi aquela relação como o devaneio de uma
adolescente, que é tudo, menos real. No entanto, eles insistem numa espécie de
namoro algo forçado, a meu ver, e fiquei espantada com a rapidez com que
Victória confia nele cegamente e o segue para onde for. A autora faz questão de
justificar o motivo pelo qual gostam um do outro: seja o abraço ou a frase de
Victória no primeiro encontro, seja a beleza do Seth. Considerei ambos de certa
forma fúteis, sem muito para dizer. Os diálogos que mantêm entre si são longos,
por vezes, mas não dizem nada. Falam do amor, da beleza e da bondade de ambos,
e não passa daí. Acima de tudo, são conversas pouco credíveis, algumas sem
sentido, que me levavam a lê-las várias vezes, impedindo-me de entrar na
história. Dei por mim a pensar em diálogos diferentes e mais apropriados para
aquelas situações.
Não senti qualquer afinidade com
a personagem Victória e muito menos com o Seth, um rapaz extremamente apagado e
sem força, apesar da profissão que tem e da celebridade que é.
No entanto, quando achei que a história
estava morta, surgiu o Daniel e parabilizo a autora por o ter criado. Daniel é
um jovem problemático que arranja problemas na universidade e que vê em
Victória um novo alvo a quem humilhar. No entanto, o que acontece é uma união
inesperada e a meu ver positiva. Gostei do Daniel. Achei que era pelo menos o único
personagem com personalidade e que à sua maneira soube correr atrás daquilo que
desejava. Senti química entre os dois e gostei daquela relação, que foi uma
lufada de ar fresco na história.
Embora esperasse um final
diferente, devo dizer que foi agradável e misterioso, o que me levou a desejar
saber o que vai acontecer no próximo volume.
A história tem alguns erros
ortográficos e não percebi o motivo pelo qual os diálogos estavam a negrito.
Isso fez-me alguma confusão. O livro está também carregado de expressões
cliché. Resumidamente, acho que esta obra peca por falta de maturidade. Penso
que a autora não perderia nada em ter esperado mais alguns anos para
publicá-la. No entanto, é de louvar os jovens autores que têm a coragem de
escrever e mostrar o que escrevem e reconheço o esforço e a dedicação patentes
neste livro. Tenho a certeza que, com esforço e persistência, a autora ainda poderá melhorar muito. Aguardo a
publicação de novas obras.
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