"Lago Perdido" de Sarah Addison Allen [OPINIÃO]

Edição: 2014

Págs.: 280

Editor: Quinta Essência

ISBN: 978989726136

Sinopse:

A primeira vez que Eby Pim viu Lago Perdido foi num postal. Apenas uma fotografia antiga e algumas palavras num pequeno quadrado de papel pesado, mas quando o viu soube que estava a olhar para o seu futuro.

Isso foi há metade de uma vida. Agora Lago Perdido está prestes a deslizar para o passado de Eby. O seu marido George faleceu há muito tempo. A maior parte da sua exigente família desapareceu. Tudo o que resta é uma velha estância de cabanas outrora encantadoras à beira do lago a sucumbirem ao calor e à humidade do Sul da Georgia, e um grupo de inadaptados fiéis atraídos para Lago Perdido ano após ano pelos seus próprios sonhos e desejos.

É bastante, mas não o suficiente para impedir Eby de abrir mão de Lago Perdido e vendê-lo a um empreiteiro. Este é por isso o seu último verão no lago… até que uma última oportunidade de reencontrar a família lhe bate à porta.

Opinião:

"Lago Perdido" é o regresso dos romances mágicos de Sarah Addison Allen a terras lusas.

Aqui conta-se a trágica história das mulheres Morris, mas também das suas felizes excepções, como o caso de Eby Prim, que viveu em pleno e pelas suas regras com o amor da sua vida, longe de tudo e todos, na sua estância no Lago Perdido.

Mas os anos passaram, e George, o marido de Eby falece, deixando-a sozinha com a propriedade e uma cozinheira francesa bastante peculiar.

Entretanto, novas gerações de mulheres Morris crescem e nascem ignorando a estância longínqua, até que a tragédia abate, mais uma vez, uma mulher Morris, que através de uma carta há muito guardada, decide voltar a reencontrar Eby e a sua propriedade mágica. Kate, sobrinha-neta de Eby, e a sua filha, a pequena e encantadora Devin partem em busca de um refúgio da sua realidade, mas o que encontram no Lago Perdido é mais que um local de férias, é um lar.

Com a iminente venda do Lago Perdido, Eby tem de despedir-se da sua estância, dos seus amigos de longa data e encontrar a sua nova aventura, mas com a chegada das suas sobrinhas e a acontecimento de certos episódios, parece que o Lago Perdido não está disposto a perdê-la.

É interessante como a autora reserva um espaço para nos dar a conhecer em pormenor certas personagens que embora secundárias, são de grande relevo, tais como Wes, Bulahdeen e Selma.

Wes é apaixonado por Kate desde os seus doze anos; Bulahdeen, uma professora de literatura reformada, cuja percepção de finais de livros é ao início absurda, mas depois, faz todo o sentido; e Selma, uma personagem que me deixou na dúvida até ao final, em que conseguiu uma espécie de redenção, embora a própria não o confesse.

Depois temos Eby, Kate, Devin e um misterioso aligátor, cuja missão é salvar o seu Lago Perdido e todos os seus entes queridos que lá habitam.

Eby é a tia-avó; melhor amiga; conselheira; vizinha que todos querem ter. Uma pessoa generosa, equilibrada, apaixonada e de coração puro, uma raridade! Adorei Eby e gostava que ela fosse um membro da minha família.

Kate passou um mau bocado com a perda do marido, Matt, e depressa me identifiquei com a sua dor e o seu luto "adormecido", mas a jovem viúva é forte e uma excelente mãe. Com bons instintos e com uma voz interior mais poderosa que possa imaginar.

Por fim, mas não menos importante, a pequena Devin. Devin é "um ser do outro mundo". Excepcional, corajosa, uma menina-senhora que muito amadureceu no último ano, e a única amiga e salvação do aligátor e da sua causa.

"Lago Perdido" é uma leitura rápida e doce, fluída e leve pela sua escrita e enredo simples.

Com várias personagens que adoramos logo que as conhecemos, acompanhadas de uma estória mágica, que nos arranca sorrisos de alegria durante toda a leitura.

Já tinha saudades da magia destes romances que só Sarah Addison Allen sabe traduzir para a escrita.