domingo, 19 de maio de 2013

Sonhos Proibidos - Lesley Pearse - OPINIÃO

 
 
 
 

Ficha Técnica:
 
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 624
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892321493
 
Sinopse:
 
Belle tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão de ferro pela sua mãe. Porém, a verdade encontra sempre maneira de se revelar… Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã. Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor, Jimmy.

Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres. Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. No seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para sobreviver a uma viagem impossível?
 
Opinião:
 
«Sonhos Proibidos», de Lesley Pearse, foi a minha estreia com a autora e rendi-me completamente. É uma história absolutamente extraordinária que me provocou algum peso e alegria no coração simultaneamente. O tamanho da obra – 624 páginas – em nada me assustou, porque a escrita é simples e bonita e a história cativante. É daqueles livros que nos deixa a pensar muito depois de o termos lido e que nos leva a amar e a odiar os personagens ao mesmo tempo.
A obra, passada no ano de 1910, em Londres, trata a história de Belle, uma rapariga de 15 anos que sempre viveu num bordel, mas graças à protecção da mãe, nunca se apercebeu disso. Belle é mantida num quarto que não parece mais do que uma cave, e é proibida de subir aos andares de cima depois das seis da tarde, pelo que nunca imaginou qual seria o negócio da mãe, até ao dia em que vai limpar um dos quartos e acaba por permanecer mais tempo do que deveria. Vendo que é tarde de mais para sair, acaba por esconder-se e ver um dos casais no quarto, descobrindo da pior forma o segredo da mãe. A noite podia ter terminado aí, não fosse o cliente matar a prostituta e Belle assistir a tudo. Ele acaba por raptá-la para calá-la, e é nesse momento que a história de vida de Belle começa verdadeiramente. Belle é levada para um bordel na América, onde é iniciada à força como prostituta, e é obrigada a crescer das piores formas possíveis, passando de uma criança a uma mulher, numa questão de dias. E é no bordel que ela mantém o sonho desesperado de regressar um dia a Inglaterra, para junto da família e de Jimmy, um rapaz de quem gosta e cujos destinos foram separados repentinamente. Só que Belle já não é mais a mesma, a inocência está perdida e ninguém quer deixá-la escapar, quando a sua beleza e bondade são tudo aquilo que sustenta o bordel.
Adorei a Belle, primeiro pela sua inocência, depois pela sua coragem e pela forma incrível que tem de resolver os problemas e nunca se contentar com pouco. Belle é uma lutadora que serve de exemplo a todas as mulheres, e confesso que me fez chorar algumas vezes. Noutras, senti-me irritada por andar sempre metida em sarilhos e confiar nas pessoas erradas. Cheguei a um ponto em que pensei: “Ok, já chega. Matem os vilões e deixem a rapariga ser feliz!” Jimmy é um rapazinho fofo que acaba por tornar-se num homem honesto e generoso, que sempre fez tudo para encontrá-la. Admirei aquele amor, que sobrevive sempre, apesar das distâncias e das circunstâncias da vida que mudaram aquelas duas pessoas. A Mog foi para mim outra das personagens favoritas, pela sua protecção e aquele ar maternal que só uma verdadeira mãe pode ter. Annie, apesar de fria, estava bem retratada, tendo em conta tudo aquilo que sofreu, mas gostei principalmente da surpresa que foram alguns personagens, como Garth e Etiénne, bons exemplos de que nem todas as pessoas são completamente boas ou completamente más e que as circunstâncias da vida podem mudá-las para melhor ou para pior. Para mim, isso foi uma segunda oportunidade que a autora lhes deu e adorei isso.
O Etiénne foi para mim, no entanto, o homem da história. Aquele macho frio e isento de sentimentos que parece derreter-se perante o amor. Um homem forte e destemido que enfrenta tudo e todos para salvar uma mulher, e que acima de tudo, muda por ela. Espero que a autora tenha ainda bons momentos reservados para ele. Fiquei muito contente por saber que este livro vai ter continuação. A obra chama-se «A promessa» e vai ser publicada pela ASA brevemente. Sem dúvida que vou a correr comprá-lo, porque «Sonhos Proibidos» mostra-nos no final o 1.º capítulo da obra seguinte e está perfeito. Quero mais!
 

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